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Encerramos aqui, com a publicação deste terceira parte do artigo de Alan Woods, escrito em 1979, a análise da trágica experiência das lutas dos trabalhadores chilenos, que se ergueram em massa em defesa de uma revolução, que pela traição efetuada por meio dos dirigentes que abraçaram a política da colaboração de classes, foram derrotados em 1973, por um violento e sanguinário golpe ditatorial. Hoje, quando as massas chilenas estão diante da possibilidade da volta do odiado governo Bachelet, depois das recentes e grandiosas manifestações da juventude e dos trabalhadores, uma vez mais, se coloca a necessidade de erguer a construção de um verdadeiro partido revolucionário, capaz de levar

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Apresentamos a seguir a segunda parte do artigo de Alan Woods sobre os ensinamentos da revolução e do golpe de 1973 no Chile.  Alan diz: "A única forma de desarmar a reação e esmagar a resistência dos grandes proprietários de terra teria sido a de armar os camponeses pobres, organizando-os em comitês de ação para ocupar as terras, com o apoio do governo. Diante de um movimento poderoso das massas armadas, os proprietários de terra e seus pistoleiros poderiam ter sido derrotados, com um mínimo derramamento de sangue". Era necessário romper com a burguesia e não ter ilusões na legalidade da democracia e nas instituições burguesas.

Publicaremos nesta semana, em 3 partes, o texto de Alan Wodds redigido em 1979 abordando o desenvolvimento da história da luta de classes no Chile. Ao completar 40 anos do Golpe Militar no Chile, a leitura deste texto nos propicia ensinamentos acerca de questões primordiais para a luta revolucionária, principalmente os erros que levaram ao estabelecimento da Frente Popular que abriu as portas ao golpe.

Enquanto no EUA o Comitê de Relações Exteriores do Senado acaba de aprovar nesta semana que Obama pode usar forças militares na Síria, na semana passada o primeiro Ministro Cameron sofreu uma derrota: o parlamento britânico votou contra a participação da Inglaterra na guerra contra a Síria. Leiam neste artigo análise sobre a derrota de Cameron

Quando a presente crise começou, havia alguns que a descreveram como uma crise apenas Ocidental; uma crise que atingia unicamente a Europa – devido aos problemas causados por sua moeda comum – e a América – devido ao escândalo das hipotecas sub-prime e à consequente crise do crédito.

Os tambores da guerra em Washington estão batendo bem alto o som de sua música macabra, anunciando um ataque iminente dos EUA contra a Síria. No Reino Unido, o fiel escudeiro, Cameron, está de bom grado fazendo coro à chamada. A intervenção imperialista direta marca uma mudança fundamental na situação na Síria depois que a tempestade de uma guerra civil sectária apagou o potencial revolucionário dos protestos contra o regime, desencadeados em janeiro de 2011 pelos acontecimentos da Primavera Árabe.

As forças de segurança egípcias esmagaram sangrentamente e desmantelaram os acampamentos de protesto dos partidários da Irmandade Muçulmana (IM), montados na Praça Al-Nahda e em Raba’a al-Adawiyya, no Cairo, que eram os pontos de reagrupamento e mobilização de suas forças depois da derrubada de Morsi. Isto assinala outra mudança dramática na situação enfrentada pela revolução egípcia. 

A luta pela redução da tarifas do transporte público, iniciada em São Paulo, provocou uma virada na situação política do país. A Esquerda Marxista participou ativamente desta luta desde o início, aliás, foi um dos iniciadores, como se pode ver pelo artigo publicado em maio. Dizia o artigo de Caio Dezórzi:

Publicamos abaixo um artigo escrito no dia 30 de junho analisando os acontecimentos que antecederam a derrubada de Morsi. Sua leitura é importante para se compreender o que veio a ocorrer depois e os dias atuais da revolução egípcia. Em seguida publicaremos outro texto abordando diretamente a queda de Morsi e analisando todo o processo revolucionário que se desenvolve no Egito.

Nenhuma confiança nos generais e políticos burgueses! Todo poder ao povo! Após quatro dias de mobilizações revolucionárias de massas do povo egípcio e depois do começo de uma greve geral nacional, finalmente o presidente Morsi foi removido do poder. O que assistimos foi mais um exemplo do poder das massas de trabalhadores e jovens, camponeses e dos pobres quando começam a se mover.

Nos dias 29 e 30 de junho a Folha de São Paulo publicou pesquisa mostrando uma queda recorde de Dilma, tanto na aprovação do governo quanto na “intenção de voto”. Caiu de 57% para 30%. As luzes de alarme se acendem em todo o PT e curiosamente, liderado por Aécio Neves, o PSDB corre a declarar que “todos os políticos estão em cheque”. 

A Bolívia denunciou o "sequestro" de seu presidente Evo Morales, impedido de decolagem de Viena, Áustria, onde fez um pouso de emergência ontem à tarde, depois da França e Portugal, em primeiro lugar e, em seguida, Itália e Espanha, se recusarem a autorizar o uso de seu espaço aéreo e aeroportos.  O vice-presidente Álvaro Garcia Linera denunciou, em La Paz, a violação da Convenção de Viena e pediu expressões de repúdio internacional.

O que começou com uma pequena manifestação contra um aumento de vinte centavos no preço da tarifa de transporte público em São Paulo tornou-se movimento de massas em escala nacional que mobilizou mais de um milhão de pessoas em 80 cidades, depois de ter obrigado ao prefeito da cidade, Haddad, e ao governador do estado de São Paulo, Alckmin, a recuar em 19 de junho.

As manifestações populares contra o reajuste das tarifas de transporte público foram enfrentadas inicialmente pelos governantes com repressão pura e dura. A repressão desatada nas manifestações quinta-feira, 13/06/2013, teve seu ponto culminante em São Paulo onde a polícia realizou uma verdadeira operação de guerra contra a população.  Mas, ao invés de desbaratar a manifestação, a repressão encontrou resistência e se chocou com uma impressionante solidariedade de toda a população. No dia seguinte a burguesia e os governantes foram obrigados a inflexionar e tratar de outra forma a situação.

No final da tarde do dia 19, depois de serem realizadas manifestações gigantescas em várias capitais do país e em tantas outras cidades, o prefeito de São Paulo anunciou junto com o Governador do Estado, Geraldo Alckmin que as tarifas de metrô e ônibus voltam a ser R$ 3,00. Em Minas o governo estuda de também reduzir a tarifa, no Rio também foi reduzida e em Recife, mesmo antes das manifestações tomarem as ruas, a tarifa já havia sido reduzida. Prefeitos do interior começam a anunciar a redução, após São Paulo e Rio. É uma vitória que repercute no país inteiro.